Número de habitantes em Itaquá poderia passar de 400 mil

Recenseadores do IBGE tiveram dificuldades para entrevistar moradores de Itaquá

Os números do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no final do mês passado podem não representar a realidade de alguns municípios. Em reunião realizada na Câmara Municipal no dia 22 de junho, representantes dos recenseadores que trabalharam em Itaquaquecetuba afirmaram que houve grande dificuldade para entrevistar os moradores. A estimativa era de que a cidade registraria 392.218 habitantes, mas o Censo só conseguiu confirmar 369.275.

De acordo com o grupo de recenseadores que esteve no Poder Legislativo para fazer uma “prestação de contas” do trabalho realizado, muitos moradores não quiseram atender aos funcionários do Censo do IBGE e em outros imóveis não se encontrava ninguém. Ao todo, os recenseadores passaram em 122.166 imóveis, mas só conseguiram fazer entrevistas em 102.942 residências. Ou seja, 19.224 imóveis ficaram sem entrevistas. Se a média de moradores por casa é de três pessoas, os números do Censo poderiam ter 50 mil habitantes a mais do que o divulgado oficialmente.

Os recenseadores não afirmam quais os motivos de alguns moradores se negarem a realizar a entrevista, mas disseram que muitos pareciam com medo ou desconfiados. Com os números abaixo da meta esperada, o município pode perder benefícios importantes do governo estadual e federal, pois muitos programas sociais atendem cidades de acordo com o seu número de habitantes.

“Sabemos que Itaquaquecetuba tem muito mais habitantes do que o que foi divulgado no Censo. Pode contar que temos mais de 400 mil habitantes. Se só de ligações de água da Sabesp temos mais de 130 mil casas, e cada casa tem em média três moradores, talvez até mais, então a cidade passa de 400 mil habitantes fácil. É uma pena, pois muitos recursos financeiros só chegam para cidades com maior população”, ressaltou o presidente da Câmara, vereador David Ribeiro da Silva (PP), o David Neto.

Na época em que o Censo estava ocorrendo, vereadores chegaram a comentar durante as sessões sobre a necessidade de as pessoas responderem aos questionamentos dos recenseadores do IBGE, o que beneficiaria o município a ter uma visão mais transparente de sua população, planejar melhor suas ações públicas e receber mais recursos dos governos estadual e federal.